quinta-feira, 26 de junho de 2008

E agora?

Sonhos, concretos, vieram a ser.
E, vívidos permanecem,
Embora os espaços e as vontades os queiram em seus lugares de origem:
O coração, as noites solitárias.

Lágrimas subtraíram-se:
O sofrer é passado, ainda que recente,
O instante - de espera e desespero -
Lembrança apenas.

Não se encaixam mais as partes quebradas.
Portas abertas não se desejam mais fechadas.
Momentos fugazes
perenes tornaram a ser.

O manifestar das feridas, agora, é cicatriz.
O sim constante, agora, não é máscara: é não direto e franco.

A dor passageira é, ainda que insuportável.

Após tudo -
novo instante!

Ansiedade.

Felicidade.
Será?

sábado, 14 de junho de 2008


Viajantes, não abandonei o blog. Apenas a produção está em suspense: as palavras desejam-se soltas, livres, desapegadas do espaço reservado, aqui, por mim a elas. A verdade é que se acham revoltas, em sítios, universos, entranhas, envoltas em idéias e ações humanas. No instante em que se apaziguarem com este espaço limitado por linhas, colunas, estrofes e versos, far-se-ão presentes.



terça-feira, 27 de maio de 2008

Arrependimento


O erro, ação abominável,
no caminho, necessário.

Arrependimento,
na mente, lampejos : epifania.

As batidas no peito
caminham lentamente.

Pulsar cardíaco:
pende ao lembrar
o momento passado,
o ato cometido,
que não volta;
que não morre;
que, vivo, lateja
no sono inconstante,
no estômago fraco,
no suor denunciante.

Perdão?

O arrependimento erra o
alvo: tantas horas passadas,
tantas ações justificadas...

Indulgência?

Agora não: não ouve,
não chora,
não lembra mais.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sem


O tapa : à meia -noite, jogado,
os restos mortais: inerte, de lado,
em vidas distantes,
em mundos oníricos
nos quais não me encontro.

O vazio: o sangue covarde,
fugitivo do momento - mudez!

Imagem fotográfica:
Ei-lo ali!
Desnudo, vazio, despossuído:
não sentimento, sem consolo, frases prontas ausentes,
mãos recaídas sobre os lençóis frios.

Espaços: entre nós: ocos, ecos silenciosos.

O amor se fora.
O homem-amor não está mais.


Ei-lo:
Sem afagos,
sem olhares,
sem posses,
sem tudo,
sem restos,
sem nada.

É assim o fim?

domingo, 11 de maio de 2008

Sem cerimônia



Quando a solidão bateu à porta,
eu abri.

Sem pedir licença,
ela entrou.
No meu sofá preferido,
sentou.

Meu melhor vinho, sem elogio,
bebeu: um gole seco, duro, áspero.

As fotos na estante
olhou e
sem dizer palavra, sem permissão,
quebrou a moldura,
rasgou no papel as figuras traçadas, perdidas num tempo indefinido.

Sem perguntar onde, ao meu quarto
subiu.
Se olhou no espelho,
se deitou na cama,
se banhou em aromas.
Estava em casa.
Tomou conta do meu espaço,
do meu pedaço de vida,
do mundo pequeno
Que nem a mim cabia.

Restou-me
sair: às ruas nuas, cinzentas, gélidas como a ausência sua, e
bater ao coração de alguém
que me quisesse e abrisse a porta e,
sem pedir licença,
sem cerimônia, eu pudesse entrar.


When the loneliness broke the door,
I opened.

Without asking permission,
she entered.
In my favorite sofa,
sat.

My best wine, without praise,
drank: gole a dry, hard, harsh.

The photos in the bookshelf
and looked
without saying word, without permission,
broke the frame,
tore role in the figures drawn, lost an indefinite time.

Without asking where, in my bedroom
rose.
If you looked in the mirror,
deitou was in bed,
is bathed in smell.
She was at home.
It took account of my space,
the piece of my life,
the small world
What was not to me.

Restou me
exit: the streets naked, grey, frozen as their absence, and
hit the heart of someone
I wanted to and open the door and,
without asking permission,
without ceremony, I could enter.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

De ilusões


Estou certa de que meu erro foi mirar e acertar o imaginário existente em mim: sem luzes, sem chamas, sem raios que conduzam a uma saída: a revolta, a rebeldia dos que estão vivos e que não se dobram, não dormem e não se domam.

A minha falta de fé nos homens
de honestos
pensamentos,
que me fizeram sonhar, aumenta a ilusão real de que tudo não passará, e nada ficará para os que virão, para os que serão e, quem sabe, intervirão no "status quo".

O amanhã de hoje surge cheio de cinzas, sem glória.
Eis o "imaginarium" dentro em mim.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Reações





A arrogância sobe pelo estômago,
garganta.
Sai violentamente pela boca e esbofeteia o incauto que aventura-se no corpo que é só teu.

A Insolência passa pelo espírito e acusa os olhos desconhecidos que se depositam, inautorizados, nos meus.

A súplica é
manifestada
quando percebido
que os teus lábios não pertencem mais a mim,
a ti,
a ninguém.


Reaction

The arrogance rises by the stomach,
throat and goes violently through the mouth
and slaps the imprudent that adventure in the body that is just yours.

The Insolence passing through the spirit and accusing eyes that are unknown place,
not aithorized in mine.

The supplication is manifested
noticed that when your lips do not belong more to me,
to you,
to anyone.






sábado, 26 de abril de 2008

Paixão das horas




Os olhares cintilantes
em direção aos corpos
vagam
e abrasadores em amores
ficam.

As palmas das mãos
abertas ao toque incendiário.

O corpo alerta
à chegada do medo,
da dor,
da fuga,
do pudor,
da chuva fria
que não segue
o desejo -
o anseio que habita
o corpo são,
a mente insana,
a alma salva.

Instante ... passado.

Os sinais da paixão
nas horas vagas passam.



Passion

Looks scintillant
towards the bodies
roam
and abrasadores in love
remain.

The palms of the hands
Open to the touch incendiary.

The body warns
the arrival of fear,
of pain,
the escape,
of modesty,
the cold rain
that does not follow
the desire -
the desire to live
the body sane,
the mind insane,
the soul saved.

Instant ... past.

The signs of passion,
Vacancies in the hours, pass.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Inconstante

Se você me quer;
não meu corpo,
não meus abraços apertados nos momentos tristes;
não a casa, ou as roupas limpas, após um dia longo de trabalho;
não os conselhos nos momentos de dúvida e angústia;

Se você, realmente, me quer,
não para dizer sim a tudo que você desejar;
não para me deixar após anos de convivência sofrida,
não para me comparar com outras e mais outras quaisquer que um dia atravessaram a sua vida;

Se você me quer de verdade,
Se quiser, sim, minha alma, meu ser devoto ao seu,
espalhado na varanda do seu coração,
deitado no quarto escondido do seu amor,
diga,
diga, apenas, eu te amo.
Mas diga agora. Porque a alma dura para sempre, porém a paixão que sinto
esta é fugaz e sem dono.




Inconstant

If you want me;
not my body,
not my hugging tight at times sad;
not the house, the clothes clean, after a long day of work;
not the advice in times of uncertainty and anguish.

If you really want me,
not to say yes to everything you want;
not for me to leave after years of living suffered,
not to compare me with another and another that one day all through your life.

If you want me to truth,
If you like, yes, my soul, my be devoted by you,
spread on the balcony of your heart,
lying hidden in the fourth of your love,
say,
say, simply, I love you.
But say now. Because the soul lasts forever, but the passion that I feel
this is fleeting and no owner.

até breve

O medo submerge
o corpo inerte
em águas escuras.
Sensações subseqüentes
silenciam o pulsar
quase inexistente do coração.
A respiraçõa supensa, entre o até breve e o nunca mais,
tenta,
mas não volta.
O tique-taque do relógio não pára.
Os passos impacientes das horas avançam.
Chegamos ao marco zero do nosso encontro.
Sem ter aonde ir.
Sem por que ficar.
É agora o momento, o inevitável:
o adeus.


See you soon

Fear immerses
the inert body
in dark waters.
Feeling subsequent
silence the pulse
almost nonexistent from the heart.
The breathing suspended between the short and never even more,
attempts,
but not back.
The beat does not stop the clock.
The steps impatient hours of progress.
And that's the scratch of our March meeting.
Without Tuesday where to go.
Without that remain.
Now is the time, inevitable:
the goodbye!

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Condições

Se houvesse agora
um motivo;
Se houvesse já
uma verdade;
Se acabasse sim
de meia hora;
Se viesse cá
todo inteiro,
moveria assim
os meus braços.
Impediria quem sabe
Que fosse embora.


Conditions

If there were now
one reason;
If there were already
a truth;
If yes end
half an hour;
If you were here
all full,
move soon
my arms.
I should impel, who knows ,
that was gone.

domingo, 20 de abril de 2008

Ausência

E os oslhos do meu amor foram embora,
e, junto, seus raios cegantes e penetrantes.
E os braços de meu amor partiram
e com eles os amassos, os braços, os apertos.
E a boca do meu amor me deixou,
e sua língua louca e sua saliva quente
renunciaram os prazeres.
E a voz do meu amor ecoa em outros ventos,
e assim seu canto no chuveiro nao se ouvem mais.
E os objetos do meu amor repousam em outras estantes,
nem os cds de Chico Buarque
posso mais rodar no som.
E o quarto de nosso amor está vazio:
a cama, o livro na cabeceira,
os lençóis e o lado preferido,
fazem parte de uma época áurea
que não volta mais.
Pobre do meu amor!
Só restou sua alma,
Amalgamada à minha.

Absence
And the eyes of my love but were,
and, together, its rays blinding and penetrating.
And the arms of my love departed
and with them the hugs, the arms, the scrum.
And the love of my mouth left me,
And their language and their saliva mad hot
renounced the pleasures.
And the love of my voice echoing in other winds,
and thus his corner in the shower did not hear more.
And the objects of my love rest in other shelves,
nor the CDs by Chico Buarque
I can run on more sound.
And the fourth of our love is empty:
the bed, the book in the head,
sheets and the preferred hand,
are part of a golden age season
that no more returns.
Poor of my love!
Only left his soul,
mixtured on mine.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ver estrelas

Ilumina inesperadamente
o azul em pontilhados incandescentes,
ignorante dos sonhos
humanos,
Seu caminho trilha.
Mas os segundos aparecentes,
que os olhos num piscar captam,
são suficientes
para
nos corações em
fogo,
quase morto,
incendiar repentinamente
desejos,
a cadente estrela solitária.

See stars

Lights unexpectedly
in the bluespotted incandescent,
ignorant of dreams
human,
His path trail.
But the aparecentes seconds,
that in the eyes bites capture,
are sufficient
to
in the hearts
fire,
almost dead,
suddenly ignite
desires,
shooting the lone star.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Recomeço

Viciada a vislumbrar
o mundo ao redor
por alheios olhos míopes
e a trilhar vias mal traçadas
por ignotos pés cansados;
Acostumada a acordar à noite
com pesadelos de outros
a gritar:
Socorro, perdão, eu te amo
sussurrados em lábios
de vizinhos inimigos.
Penoso é agora,
pós libertação do corpo oculto,
suportar o leve lumiar
do sol nascente.
Fatigante porvir:
estradas livres, arenosas,
perenes chuvas frias,
em tardes de domingo.
Lutar com a vida: cavalo selvagem.
Instigante jornada me espera


Recommencement

Accustomed to discern
around the world
by outside myopic eyes
and along the routes poorly drawn
by ignotos tired feet;
Accustomed to be agreed at night
with nightmares of other
shouting:
Help, forgiveness, i love you
Whispered on lips
of neighbouring enemies.
Arduous is now,
after release of the body hidden,
bear the light Lumiar
source of the sun.
Fatigante future:
free roads, sand,
perennial cold rain,
In afternoon of Sunday.
Fighting with life: wild horse.
Exciting day I expected.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Perfeição



Visto assim
nem um,
nem outro,
ninguém
foi,
é ou
será:
inigualável orquidário:
você.
Avisto sim
touro indomável,
perene prazer, mar e mel:
meu bem querer.




Perfection

Seen thus
not one,
or another,
nobody
went,
is or
will be:
unmatched Orchidarium:
you.
I see
indomitable bull,
Perennial pleasure, sea and honey:
My sweet love.

Registro



Escrita envolvente
entende-se presa
livremente a figuras
complexamente planas.
Sentimento registrado
sem querer demonstrar
nem poder admitir-se
no grafar e perdurar-se
além do final.



Registration

Writing environment
refers to prey
freely to pictures
to complicated flat.
Feeling registered
without wanting to demonstrate
neither can admit up
Written and to persist Up
beyond the end.

Não mais


Cansei de esperar as horas nulas do tempo que não pára;
as noites longas e escuras, somente negras nuvens de tempestade.
Cansei de molhar as linhas das fronhas;
dos lençóis em lágrimas inférteis da sem esperança,
dos choros vazios dos sem futuro.
Cansei de sonhar as ilusões inúteis e fatigantes;
as cidades distantes e inexistentes,
as gentes felizes, não presentes.
Cansei de viver o amor platônico, o amor perfeito, o amor raro.
Vivo a hora, o agora, o presente
o amor fugaz,
o que está dentro,
o que está fora, o aqui,
o eu, o que sou, o que é.
Não mais ilusões. Apenas o olhar, o coração,
a percepção dos momentos lapidáveis da vida.


A perda





Se eu tivesse
dito a verdade
ou pelo menos
a metade de tudo;
se tivesse
derramado a dor;
se tivesse
esbravejado
e perdido a vergonha
o medo
o pudor;
teria ao menos
Exposto
que não estava
morto
mas caído de amor.

Amigo




Per passa o tempo
as mãos
os rostos.
Fia e desfia
o amor,
a mágoa,
a lágrima.
Filia eterna.
Desfila
entre as gentes,
entre os outros,
entre nós.
Semente
achada no
solo infértil
estéril
do corpo,
disposto
entre as gentes
entre os outros
entre nós.
Desfeita no pó
no nó não desfeito,
atado no princípio
sem fim.


terça-feira, 15 de abril de 2008

À noite, a chuva

No silêncio do seu afago,
Encontro seguro porto,
Em que me atraco
E ouço o mover dos seus lábios mudos:
Conselheiros insensatos,
Que sabem ouvir
Os desejos dos meus olhos
E entender as loucuras das minhas mãos,
Que procuram inconscientes
O travesseiro do seu peito -
Cama macia em que deito
Meu corpo
tão calado,
tão cansado,
tão molhado de chuva.

Domingo de sol

Sobre o nado sincronizado
dos teus braços,
estão meus olhos.
A manhã ensolarada
de domingo
convidou-nos a aqui estarmos.
Eu, na areia,
alvejada pelos ultra-violetas,
quase sereia:
sem calda,
sem escamas,
sem cantos
que façam
seus braços alongados,
que procuram a próxima
onda,
me procurarem
entre tantos
ao mar,
entre tantos
à terra.

Silêncio


A surpresa da partida abrupta emudece.
O sentimento engavetado no peito
é sentido nas mãos
que,
em suor,
exalam odores de medo
de dúvida,
É refletida na face pálida
a mágoa,
o ódio,
o vômito do horror:
da fala que não veio,
do berro que sumiu.
Os olhos mergulham no
vazio do mar revolto
sem ilhas,
sem salva-vidas,
sem vidas salvas.
se a boca cala
na hora exata da dor
sentida,
o corpo grita!!!

Separação







Entre o exército do sul
e o seu inimigo,
fortificações.
Entre o tempo glório do Egito
e as cidades de neons,
escavações.
Entre as ondas bravias do mar de março
e os casebres alteados em morros,
edificações.
Entre o meu olhar chuvoso
e o seu desiludido,
um muro de silêncio.

Desapego



Quando eu disser
tudo abr
ruptamente,
talvez você entenda,
e
lamente,
que a saudade
que secou a minh'alma,
afogou meu corpo
lentamente;
que o cheiro do seu suor,
que as marcas de suas mãos,
da face petrificada,
das pernas adormecidas
não me quiseram mais sair;
que o meu eu não soube viver
segregado do seu;
que o horizonte
que eu via,
através do seu olhar,
não se comparava
à estrada sem saída
que avisto agora.
Mas aí será tarde de inverno.
Será noite sem lua.
E os dias com você,
não terão mais sentido.














BlogBlogs.Com.Br

Viajante,
Não sou poetisa ou poeta.
Mas as palavras merecem um espaço além dos pensamentos,
do aquém túmulo da boca.
Depois de anos guardando-as, depois de incentivos amigos,
Ei-las aqui para quem as desejar ler, rechaçá-las,
guardá-las ou apenas fazer uma visita
ao espaço das palavras inquietas, assanhadas
amantes, amadas e
solidárias. Na verdade, apenas minhas palavras.
Aos que se aventurarem em sua companhia:
Boa Viagem!!!!!


Traveller,

I am not poet.
But the words deserve a space beyond the thoughts,
below the mouth of the tomb.
After years of saving them, after incentives friends,
Hey them here for those who want to read, rejected them,
save them or just make a visit
the area of words worried, exceted
lovers, and loved
solidarity. Actually, just my words.
For those who venture into whether his company:
Good travel !!!!!!!!!!